A farmacodependência, ou dependência química, abrange diferentes situações de vícios em substâncias lícitas e ilícitas.
Para além da predisposição genética e fatores sociais ligados à farmacodependência, as causas desse transtorno devem ser tratadas com o apoio psicológico e psiquiátrico de profissionais capacitados.
Neste artigo, exploraremos os fatores de risco, sintomas, tratamentos e consequências dessa condição.
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O que é a farmacodependência?
A farmacodependência, também conhecida como dependência química, é uma condição complexa em que indivíduos se tornam viciados em substâncias psicoativas.
Essas substâncias podem incluir álcool, tabaco, drogas ilícitas ou medicamentos prescritos. E a dependência afeta negativamente a saúde física, mental e social do indivíduo farmacodependente.
Quem pode ser farmacodependente?
Os dados do Conselho Federal de Farmácia mostram que a comercialização de antidepressivos e estabilizadores de humor aumentou 36% entre 2019 e 2024.
Em situações sociais de sofrimento psíquico, esse consumo pode aumentar ainda mais.
O Relatório Mundial sobre Drogas de 2021, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), avaliou o consumo global de drogas e os impactos da pandemia de COVID-19.
No período observado, cerca de 5,5% da população entre 15 e 64 anos usou drogas lícitas ou ilícitas em 2020 e 13% das pessoas que usaram drogas sofrem de transtornos associados ao uso.
Isso mostra que a nossa sociedade está passando por um quadro preocupante de consumo de substâncias químicas.
A dependência dessas substâncias pode ser mais propensa em alguns casos, como:
- Histórico familiar de dependência química;
- Eventos traumáticos e transtornos psicológicos pré-existentes;
- Uso precoce, experimentando substâncias durante a fase de desenvolvimento (infância e adolescência).
A predisposição genética não está envolvida apenas na vulnerabilidade a determinadas drogas, mas também na arquitetura dos circuitos formados pelos neurônios cerebrais.
O uso abusivo remodela esses circuitos, tornando a dependência química um transtorno da plasticidade neuronal.
No entanto, é importante lembrar que a genética não é o único fator determinante e que o ambiente e o comportamento também desempenham papéis significativos na farmacodependência.
Como identificar a farmacodependência?
A identificação da farmacodependência envolve observar sinais e sintomas que indicam o uso excessivo e prejudicial de substâncias.
Os sintomas variam, mas podem incluir:
- Compulsão: necessidade incontrolável de usar a substância;
- Tolerância: requer doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito;
- Abstinência: sintomas de comportamento e fisiológicos quando a substância não está disponível;
- Perda de Controle: incapacidade de parar ou reduzir o uso.
Além disso, mudanças no comportamento, isolamento social, deterioração da saúde física e problemas nos relacionamentos podem ser sinais de alerta.
É importante estar atento a esses sinais e buscar ajuda profissional quando necessário.
Como lidar com a farmacodependência?
O tratamento envolve abordagens multidisciplinares, como terapia comportamental, suporte social, medicamentos e reabilitação.
Cada caso é único e o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais. Consultar um profissional de saúde especializado é essencial para um plano de tratamento eficaz.
Dentre os tratamentos mais utilizados, estão:
- Desintoxicação e abstinência: visa remover a substância do organismo. Isso pode ser feito em ambiente hospitalar ou ambulatorial, dependendo da gravidade. Durante a abstinência, o paciente pode enfrentar sintomas desconfortáveis, como ansiedade, tremores, náuseas e insônia;
- Terapia comportamental: terapias cognitivo-comportamentais (TCC) e terapias motivacionais são comuns. Elas focam na mudança de comportamentos disfuncionais e na motivação para a recuperação;
- Tratamento psiquiátrico medicamentoso: é utilizado em casos muito específicos e sempre administrado por psiquiatras, já que o paciente pode ter resistência ou adquirir uma nova dependência;
- Apoio social e grupos de apoio: participar de grupos como Alcoólicos Anônimos (AA) ou Narcóticos Anônimos (NA) pode ser benéfico. O apoio de pares e a troca de experiências são fundamentais para a recuperação;
- Prevenção de recaídas: a terapia de prevenção de recaídas (TPR) ajuda a desenvolver habilidades para enfrentar desafios sem recorrer à substância.
Mas a prevenção ainda é fundamental, especialmente em grupos de risco, como familiares de farmacodependentes e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
O que acontece se a farmacodependência não for tratada?
O uso contínuo de substâncias pode afetar negativamente a qualidade de vida e a funcionalidade geral.
Isso inclui problemas de saúde física e mental, dificuldades nos relacionamentos, perda de emprego, isolamento social, infrações penais e, em alguns casos, pode levar à morte por overdose.
Tratamento em clínicas de reabilitação para farmacodependência
O tratamento para farmacodependência em clínicas de reabilitação é um processo abrangente e multidisciplinar, projetado para auxiliar os pacientes a superarem dependências químicas, transtornos mentais e outros desafios relacionados à saúde.
Os principais diferenciais de uma clínica ideal incluem:
- Admissão e avaliação inicial: uma avaliação abrangente do paciente, considerando sua história médica, padrões de uso de substâncias e necessidades individuais, criando um plano de tratamento personalizado;
- Terapias complementares: além das terapias tradicionais, clínicas podem oferecer terapias artísticas, corporais e recreativas para expressão emocional e bem-estar;
- Educação e conscientização: programas educacionais sobre dependência química e saúde emocional são essenciais para a recuperação, com terapias em grupo e individuais.
Onde encontrar clínica para reabilitação de farmacodependência?
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